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Não quero nada de menos, nem sexo

Sexo frágil? Que nada! Elas trabalham, são mães, esposas, amantes, enfrentam as amigas “falsianes”, sangram e adoram um chamego que esquente os seus vulcões

Por Simone Silva

Pixabay

OU MULHER!
Eu gosto de ser Mulher.

Fácil não é!

Só quem já fez uma depilação inguinal e perdeu o sapato espetacular da promoção sabe do que eu estou falando.

Ser chamada de “sexo frágil”, mesmo se desdobrando em um milhão, sorrindo na selfie, acalentando menino com febre, escolhendo a lingerie perfeita ou finalizando aquele trabalho gigante... não é exatamente agradável. Cadê fragilidade?

Pois bem...

Ser mulher é também não querer nada de menos, nem sexo.

As feministas que me perdoem, mas um chamego é fundamental.

Mas não qualquer um, de qualquer jeito.

Vale aquele que começa a esquentar você e seus vulcões quando já chega aos seus ouvidos o barulho do carro; quando seu nariz reconhece a nuvem da pele; quando você se mescla pelo olhar e quando um, já dentro do outro, explode no universo.

Estou falando de sexo com intimidade entre pessoas que possuem relações físicas e emocionais entre si.

E se engana quem pensa que é preciso toda uma vida para isso.

Nos últimos anos, não só o celular e os pokémons evoluíram. Nossa sexualidade ganhou corpo, forma, gosto e diversidade.

Escolhemos, sim.

Rimos do Macho Alfa, embora a gente ainda queira um (ou uma, porque não?) para chamar de nosso, mas queremos SER e não PERTENCER. Na verdade queremos ser um, não só quando nossas partes altas e baixas se encontram.

Desejamos, precisamos, queremos, nem que seja por decreto, encarar um “viveram felizes para sempre”, para invejinha branca das amigas “falsianes”.

São essas que comentam seu vestido curto e dizem que a culpa é sua quando assediada; são essas que olham quantos carros diferentes param na sua porta; observam quem ri do seu lado nas fotos do seu perfil.

São essas mesmas que sonham com sua espontaneidade, sua leveza de ser, sua fala solta, sua liberdade de ir e vir e dar a quem quiser, quando quiser, como quiser, onde quiser e a quantos quiser.

Gente bem resolvida, para não dizer mau c..... (aquela coisa que você está pensando), não tem tempo para a vida dos outros, não quer colocar um marcador de frequência na “pepeka” de seu ninguém.

Se frustrar, se castrar, se impor algo. Isso sim é uma violação e um pecado mortal para uma mulher livre, adulta, vacinada e com triplas jornadas.

E quando digo ser livre não quer dizer isenta de suas responsabilidades, muito pelo contrário! Somente uma fêmea ciente de si sabe onde seu sapato Loubotin ou de cristal aperta.

Ser amada e desejada hoje, nesse louco mundo, é uma baita sorte, seja para a vida inteira, por uma balada ou pelos doces segundos que dura um orgasmo. Seja recatada, dada, bela, feia, do lar, da vida, de um ou de muitos.

O que uma mulher não pode - e não deve - é não SER. É levar seus dias como quem folheia um livro desinteressante, é não se achar digna de suas ações conscientes (na cama e fora dela), é não achar que logo ali, dobrando na esquina, pode está seu par, para uma noite ou uma existência.

Você decide o que te agrada, o que te atende. A escolha é sua, somente.

Repita (ou não) suas figurinhas sem medo.

Mulher feliz para muitos é sinônimo de profissional brilhante e imbatível, de companheira marcante e inesquecível, mas todas nós somos, em muito aspectos, feitas de incoerência, somos oceanos desconexos, algo revelado e muito a desbravar.

Há muitas maneiras de viver, de ir caminhando por aí.

Equilíbrio e auto-responsabilidade.

Nas mulheres, essa equiparação se faz muito necessária e passa por outra vertente: a autoestima, que por outro lado influi diretamente na sexualidade.

Nós por mais evoluídas, independentes e gostosas que sejamos ainda nos pegamos com preocupações como: “O que ele vai achar da minha celulite?”.

Pura bobagem, a pessoa que gosta da gente não vai se prender a um detalhe insignificante, mesmo que a coxa seja uma pista cheia de lombadas.

Ele (ou ela) vai continuar querendo beijar sua nuca e vê sua pele se arrepiar, porque celulite nenhuma no mundo derruba um sentimento ou desejo verdadeiro.

Mulher é um bicho complicado, triste é quem tenta entender.

Não tem poesia, carro novo, closet cheio, cheiro bom ou corpo perfeito que atenda.

Vamos continuar chorando no cinema, ficando de pileque com as amigas, adorando cheiro de criança, odiando a menstruação, esperando a ligação do dia seguinte e que ele possa adivinhar o lugar que nos acende.

Queremos os fogos de artifício sem artimanhas, os olhos fechados, o beijo e o resto gostosos.

Assim que somos.

É... eu gosto de ser Mulher!

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